segunda-feira, 23 de março de 2009

Pierre-Simon Laplace

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Quem não conhece a transformada de Laplace? Uma técnica de solução de equações diferenciais sujeita condições iniciais também usada nas aulas de controle para definir a chamada função transferência. Ainda tem o laplaciano, aquele operador diferencial do calculo vetorial. No livro de Johm Simmons “Os 100 maiores cientistas da história”, Laplace está listado na 29ª posição.

Pois hoje, em 1749, em Beaumont en Auge, cidade localizada na Normandia, conhecida pelo queijo Camenbert e pelo aguardente de maçã, nascia, Pierre-Simon Laplace, filho de um trabalhador rural que deveu sua educação ao interesse incitado em alguns vizinhos abastados graças às suas habilidades. Na escola de Beaumont, de aluno ele passou a professor. Com uma carta de recomendação de Jean le Rond D’Alembert, que ficou impressionado com um artigo sobre os principios da Física, Laplace partiu para tentar a sorte em Paris. Com esta recomendação conseguiu um lugar na Escola Militar.

Ele é lembrado como um dos maiores cientistas de todos os tempos com uma fenomenal capacidade matemática natural sem par entre seus contemporâneos. Parece que Laplace não era modesto sobre suas habilidades e realizações e, provavelmente, não conseguia entender o efeito de sua atitude sobre seus colegas. Ele se considerava claramente o melhor matemático da França. nInguém reclamava pois ele estava provavelmente certo ao afirmar isso. Em todo caso, o maior matemático da época era Lagrange a quem Laplace se equiparava. 

Trabalhou em matemática astronômica provando a estabilidade das orbitas planetárias em 1773, problema que preocupava Newton. Juntamente com Lagrange contribuiu com uma série enorme de artigos sobre movimentos planetários. É dele, também, a teoria nebular de origem dos planetas. Foi o primeiro a postular a existência dos buracos negros, estrelas massivas de onde a luz não conseguia escapar. Isso bem antes da teoria da relatividade.

É dele o trecho abaixo:

Nós podemos tomar o estado presente do universo como o efeito do seu passado e a causa do seu futuro. Um intelecto que, em dado momento, conhecesse todas as forças que dirigem a natureza e todas as posições de todos os itens dos quais a natureza é composta, se este intelecto também fosse vasto o suficiente para analisar essas informações, compreenderia numa única fórmula os movimentos dos maiores corpos do universo e os do menor átomo; para tal intelecto nada seria incerto e o futuro, assim como o passado, seria presente perante seus olhos.

Este intelecto é conhecido como demônio de Laplace por analogia com o demônio de Maxwell.

Na época da Revolução francesa Laplace formava com Monge, Lagrange, Legendre, Carnot e Condorcet o grupo conhecido como os matemáticos da revolução francesa.

Lagrange era o mais velho (1736) seguido de Condorcet (1743), Monge (1746), Laplace (1749), Legendre (1752). Carnot, o mais jovem, nasceu em 1763. Tirando Condorcet que se suicidou, todos tiveram vida longa e todos já tinham produzido abundantemente antes da Revolução acontecer. A queda da Bastilha encontrou estes matemáticos divididos em dois grupos: os tres L (Lagrange, Laplace e Legendre) que ficaram neutros e os demais que tiveram alguma participação.

Laplace morreu em 1823, em Paris, e sua últimas palavras foram: O que sabemos é desprezível; o que não sabemos é imenso.

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