segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Potência de agitação

Para calcular a potência do motor que aciona um agitador é necessário um gráfico dilog relacionando o número de potência com o número de Reynolds. Este não é qualquer gráfico, mas um especifico para o tipo de tanque e agitador que usará o motor. É mais fácil escolher o tanque e o agitador que atenda a um dos gráficos disponíveis na literatura. Os números de Reynolds e de potência são, respectivamente,

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As unidades devem ser tais que estes números resultem adimensionais.

Para construir uma curva experimentos precisam ser realizados relacionando o torque com a velocidade de rotação do agitador. Para medir o torque usa-se um dinamômetro de torque.

A Figura abaixo contém um esboço de uma das possíveis formas da curva. A partir do torque a potência correspondente pode ser facilmente calculada. Nela é possível perceber a existência de três regiões. Na região laminar a relação entre o número de potência e o número de Reynolds é linear. Quando esta relação se torna não linear temos a região de transição. Na região turbulenta o número de potência é constante e independe do número de Reynolds. Isso,porém, não significa que a potência seja constante. Ela cresce na região turbulenta com o número de Reynolds. Por isso não convém exagerar o valor do número de Reynolds.

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Para usar este gráfico é necessário que as dimensões do agitador e do tqnque sejam proporcionais ao tanque piloto que gerou a curva de potência. Isso não é rigorosamente necessário, basta uma similaridade geométrica, mas uma correção deverá ser feita.

Para calcular a potencia são necessários a densidade e a viscosidade do fluido a ser agitado e o diâmetro do agitador. O número de Reynolds é calculado em função do número de rotação de forma a se situar no princípio da região turbulenta. A turbulência é fundamental para uma boa performance do agitador. Pelo gráfico obtém-se o número de potência. A partir do número de potência, a potência do motor é calculada. Os motores são especificados pela potencia, expressa em HP, e pela rotação, expressa em rpm. Escolhe-se o motor com potencia  e rotação acima da calculada. Um redutor colocado entre o motor e o eixo do agitador reduz a rotação a velocidade desejada.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PET 013 – Propriedades das rochas: Permeabilidade

A permeabilidade indica a facilidade com que os fluidos escoam através da rocha. Obviamente, para uma rocha ser permeável ela precisa ser porosa, mas uma rocha porosa pode ser impermeável. A permeabilidade é definida pela lei de Darcy. Esta lei estabelece que a vazão é diretamente proporcional à área transversal ao fluxo e à perda de carga e inversamente proporcional à viscosidade do fluido e à espessura do leito poroso. Assim

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Para transformar numa igualdade basta inserir um coeficiente de proporcionalidade k tal que

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Esta constante de proporcionalidade é conhecida como permeabilidade do meio poroso. A equação acima é a lei de Darcy para escoamento em meios porosos. Dividindo os dois membros por A resulta

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onde v é a velocidade do fluido no meio poroso. Uma terceira forma diferencial é possível

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Esta equação vale tanto para líquidos como para gases. Para calcular o valor da permeabilidade uma amostra de geometria conhecida, geralmente cilíndrica, de área transversal e comprimento conhecidos é submetida a uma perda de carga e a vazão é medida. Estes valores são inseridos na fórmula

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O equipamento usado para medir a permeabilidade é conhecido como permeâmetro. A unidade da permeabilidade será o Darcy se as unidades usadas forem as do SI. Como o Darcy é uma unidade muito grande a permeabilidade é normalmente expressa em miliDarcy (mDa).

Existem três diferentes permeabilidades: a absoluta, a efetiva e a relativa.

A permeabilidade absoluta é a obtida usando um fluido monofásico e a efetiva usando fluidos multifásicos. No caso de petróleo as fases envolvidas são petróleo, gás e água. A permeabilidade relativa é a razão entre a permeabilidade efetiva e absoluta.

Considerando um reservatório a permeabilidade será considerada ruim se a permeabilidade estiver entre 0 mDa e 10 mDa, boa se estiver entre 10 e 100 mDa e excelente se o valor for acima de 1000 mDa.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reatores do tipo tanque em série

Os reatores do tipo tanque podem ser colocados em série como mostra a Figura a seguir. Neste caso, temos uma bateria de tres reatores, mas podem ser mais.

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Comparando os reatores do tipo tanque simples com as baterias de reatores para uma mesma reação e o mesmo rendimento final, a soma dos volumes dos tanques da bateria resulta menor do que o volume do tanque único. Várias estratégias de alimentação podem ser adotadas. Se o número de reatores tende ao infinito a bateria de reatores tende ao reator tubular com escoamento bastonado.

Os reatores pode ser colocados de forma a formar um equipamento único como mostra a Figura a seguir. Nesta Figura temos uma bateria de quatro reatores separados por placas perfuradas.

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Outras configurações podem ser imaginadas de forma a compactar a bateria de reatores do tipo tanque contínuos num único equipamento.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

REF 001 – Dessalgação do petróleo (petroleum desalting)

O petróleo recebido, seja transportado por oleodutos, ou por navio petroleiros, ou por combinação destas formas de transporte, é recebido nos tanques de armazenamento da refinaria. Neste ponto, o petróleo contém água, sais inorgânicos, traços de metais solúveis e particulas sólidas. A primeira operação consiste, portanto, na retirada ddestas impurezas para evitar a ocorrência de corrosão e/ou envenenamento de catalisadores durante o refino.

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Para isso, o petróleo, aquecido entre 60°C e 170°C para reduzir a viscosidade e a tensão superficial, é misturado com entre 3% e 10% de água mais emulsificantes numa válvula misturadora (mixing valve). A emulsão resultante é levada a um decantador onde a água se separa do petróleo. O fluxograma acima ilustra o processo. Neste fluxograma a água é injetada depois do aquecedor. Esta injeção pode ser antes do aquecedor.

A dessalgação pode ser realizada em dois ou mais estágios, cada estágio associado a um sedimentador. O petróleo parcialmente dessalgado no primeiro estágio é levado para o segundo estágio para uma segunda dessalgação. O arranjo pode envolver reciclo interno e externo.

A coalescência e a sedimentação das gotículas de água é facilitada pelo aquecimento. Para facilitar mais ainda, podem ser adicionados agentes químicos desemulsificantes.

A coalescencia das goticulas de salmoura pode ser acelerada por um campo elétrico muito intenso, acima de 10 mil volts. A corrente não atravessa a mistura porque o petróleo é um isolante. A coalescência é provocada pela polarização das gotas como mostra a Figura a seguir.

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Observe que a polarização faz com as gotículas se atraiam formando gotas maiores por coalescencia. Elas são também atraidas pelos eletrodos. Desta forma é possivel reduzir o tempo de residencia de 1 ou 2 horas para até cerca de 20 minutos.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Flotação

Nasceu hoje, em 1867, Alexander Stanley Elmore. Juntamente com seu pai e seu irmão, Francis, ele estava envolvido no refinamento eletrolítico do cobre  e na produção de tubos deste metal.  O primeiro processo de flotação usado em escala comercial foi desenvolvido por Francis, patenteado em 1898, e levado a escala industrial por Alexander. 

O processo consistia em moer o material recebido das minas, suspender em água e misturar com o óleo. O óleo capturava seletivamente o mineral metálico separando-o da ganga. O óleo flutuava, digo, flotava e a ganga ficava na fase aquosa mais densa. Os irmãos desenvolveram depois aquele que é conhecido como processo Elmore a vácuo que consumia uma quantidade menor de óleo.